Renato da Matta (ANSDH)
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Reunião ampliada em Brasília com representantes do Movimento Social, Gestores da Saúde e Ministro Alexandre Padilha.

25/11/2013

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No dia 19 de novembro estive em Brasília participando de mais uma reunião entre os gestores da saúde e o Movimento Social. Entre os participantes, Dr.Fábio Mesquita, atual Diretor do Depto de DSTs/AIDS e Hepatites Viras e o Ministro Alexandre Padilha. Na realidade a reunião era mais para o Movimento Social dizer que antes estava de mal com o Departamento e a agora está de bem... afff!!!
Farei um breve resumo do que aconteceu nessa reunião e algumas falas pertinentes.
Dr. Fábio Mesquita sempre atencioso com todos e ouvindo pacientemente as habituais mazelas dos presentes. Dr. Fábio coerente em suas falas e com ótimas noticias. Ele anunciou um novo medicamento “três em um” que já será disponibilizado a partir de 2014 e o gel lubrificante com Tenofovir. Esse gel, segundo estudos reduzem em ate 40% as chances de contaminação por HIV.

Fiquei surpreso com as falas de alguns ali presentes do movimento social. Numa típica demonstração de “poder” não para o Governo e sim querendo dar o recado para digamos a “plebe” do movimento social. Minha vontade foi de rir! Deveriam focar em assuntos mais pertinentes! O povão morrendo à míngua nos Hospitais e grandes emergências, peregrinando de município em município atrás de atendimento e ficaram preocupados com a bobagem de ler documentos. Muito desses documentos já foram lidos e relidos centenas de vezes e nada foi resolvido.

Por volta das 17 horas, chegou o Ministro Alexandre Padilha.  Nossa!!!! Que emoção!!! A maioria do povo jogando confetes e dizendo coisas lindas e maravilhosas para o Ministro. Uma “puxação de saco” constrangedora de se ver.  A maioria dos presentes desta reunião desce a lenha no Ministro nos bastidores e na frente dele são todos abraços, elogios e poses para fotos.  
Fiquei bastante incomodado quando integrantes do próprio Movimento Social afirmaram que nós somos contra as testagens feitas pelas ONGs. Que o governo esta “terceirizando” as ONGs para fazerem um trabalho que só compete ao governo.  Que se fosse necessário entrariam no Ministério Público contra essa questão. Uééé??? Quando o governo lança um edital para as ONGs executarem qualquer tipo de ação para o governo é o que então? Deveriam perder seu tempo com ações no Ministério Público com o povão morrendo nas filas dos Hospitais, mas claro isso não dá IBOPE!

Eu questionei o Senhor Carlos Duarte do Conselho Nacional de Saúde.
- Nós “quem” não queremos as testagens? Esta falando em nome de quem e por quem? Porque até a onde eu sei já que tem 40 ONGs inscritas para este trabalho.  Então não é um consenso unânime?!  
Ele me respondeu taxativo que teria sido deliberada no ENONG BA. Muitos presentes se indignaram com a resposta e mais uma vez ficou provado que não é um consenso unanime.

 
Tenho que dar a mão a palmatória e concordar com a fala do Ministro Padilha que questionou:
- O que vocês querem, afinal? Reclamam do diagnóstico tardio. Que nós governo atingimos até certa esfera e vocês sociedade civil chegam a onde nós do governo não conseguimos chegar.  Vocês tem que se decidir!
Eu pensei cá com meus botões... Tá vendo? Também concordo com a fala do Ministro Padilha quando ele diz que é acha um retrocesso não serem feitas as “testagens” pelas ONGs devidamente capacitadas pelo o governo.
Por mim o teste rápido pode ser disponibilizado até no supermercado, açougue, padaria e afins! Se um indivíduo compra o kit é por que ele quer saber na privacidade da residência. Depois ele vai resolver o que vai fazer.  Ele está assumindo o risco de ter um diagnostico na casa dele sem apoio algum. Isso é da vida de cada um e é uma tendência mundial.  Esses testes já estão à venda na internet para quem quiser na bagatela de 60 pratas vejam aqui; http://www.testehiv.com.br/home/8-teste-de-hiv-caseiro-icare.html  Quanto mais testarmos e mais cedo tratarmos melhor.  Claro que o governo tem que montar uma estratégia eficiente que possa absorver toda essa demanda. Atender o povo todo, tratar efeitos adversos dos medicamentos e muitas outras situações que se apresentarão. Estamos entre a “cruz e a espada”! Na atual conjuntura ou fazemos isso ou mais e mais pessoas vão morrer pelo diagnóstico tardio, ficar com sequelas irreversíveis e transmitindo o vírus por ai a fora, pois não desconhecem a sua sorologia. Eu gostaria de saber o que vai ser decidido afinal Em minha humilde opinião as ONGs tem que agregar mais estruturação junto o governo para atender as novas demandas. Porque as vidas que se perdem não voltam mais!

Outros participantes também falaram. Falas pertinentes foram (que eu me lembre) dos ativistas Moyses Toniolo, Jorge Beloque, Antonio Ernandes, Dário e Jair Brandão e uma minoria que me desculpem agora eu não me recordo quem foram. A maioria era só elogio, beijos, abraços e confetes para o Ministro Padilha!
Em negrito a minha fala ao Ministro Padilha nesta reunião:

- Excelência, eu não tenho nada a comemorar. O governo que se sustentar nestes quatro pilares: Educação, Saúde, Segurança e Trabalho se perpetuará no poder. Parece-me que até agora o governo da Presidenta Dilma não percebeu isto. O Brasil está entre as dez maiores economias do mundo. Damos-nos ao luxo de sediarmos uma copa do mundo e uma olimpíada e de se gastar em apenas um estádio de futebol a quantia de mais de 1 bilhão de reais e vemos a toda hora se dizer que não se tem dinheiro para a saúde! Em nosso Hino Nacional tem a parte em que diz “Nossa amada pátria mãe gentil” e vos pergunto que mãe é esta que deixa seus filhos morrem a míngua e sem atendimento em nossos hospitais? Dentre muitas outras coisas, espero que esta reunião aqui tenha servido de algo para que se possamos construir um Brasil mais digno e melhor para todos. Obrigado!

Sai 30 minutos antes de terminar a reunião. Já era 18h30min e eu já tinha outra reunião agendada no Ministério da Previdência às 19 h.
Estas foram as minhas impressões e considerações sobre a reunião do Movimento Social e os Gestores da Saúde. Sei que muitos não concordam com as minhas posições diante certas decisões, mas não estou aqui pra agradar a um ou outro e sim fazer o que é correto para o coletivo das PVHAS.

Por Renato da Matta
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Reportagem da BAND TV mostra a triste realidade dos bebês abandonados por mães usuárias de crack no Rio de Janeiro."Bebês, filhos do crack: Um drama para a sociedade."

15/11/2013

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A emissora de TV BAND apresentou em sua edição local do programa “Brasil Urgente Rio” na terça-feira (12/11/2013), uma matéria intitulada "Bebês, filhos do crack: Um drama para a sociedade." A matéria além de informar sobre a inauguração no dia 8 de novembro de 2013 as novas instalações da Unidade de Reinserção Social (URS) Ana Carolina, situada no bairro carioca de Ramos chama a atenção para dados alarmantes sobre a gravidez em usuárias de crack e a saúde dos bebês gerados.  O apresentador e jornalista Fábio Barreto divulgou números preocupantes sobre a contaminação de sífilis congênita e HIV entre essas crianças.  Prestem atenção aos números divulgados: 90 % são bebês filhos de usuárias de crack, contaminadas com sífilis congênita e muitas delas também portadoras de HIV. Muito me entristeci ao ver na reportagem a realidade das crianças expostas a uma situação de extrema vulnerabilidade social. Então eu pergunto as mesmas perguntas de sempre:
- Não dizem que a transmissão vertical de HIV está controlada e que não há quase mais registros de novos casos? E que a AIDS também está controlada? E esses números divulgados? É ficção? O que vai ser do futuro dessas crianças? Estamos criando uma nova geração de pessoas doentes de AIDS!

Esses números foram divulgados por uma emissora que tem o seu jornalismo premiado pela seriedade que transmite os fatos.
Agora vamos à verdade! Esta reportagem refere-se somente aos casos registrados no Rio de Janeiro, os casos que chegam até as Secretarias Municipal e Estadual de Saúde do RJ. Imaginemos todo o Brasil em que a sífilis está fora de controle inclusive no próprio Rio de Janeiro.  A história que a AIDS também está controlada é uma grande falácia! 

Gostaria que o Ministério da Saúde se posicionasse  a respeito dos números divulgados e quais as ações previstas para conter o avanço da sífilis e da AIDS. Que mantivesse uma postura responsável, sem maquiagem de números e ações que efetivamente promovam a saúde de seus cidadãos.

Segue abaixo o link do vídeo da matéria que passou na edição local do programa “Brasil Urgente Rio”. A matéria foi reapresentada no mesmo dia no Jornal do Rio com o apresentador Guto Abranches e posteriormente no Jornal da BAND por Ricardo Boechat. Sugiro que vocês veja a edição do Brasil Urgente Rio, pois a matéria está mais completa.
http://noticias.band.uol.com.br/brasilurgente/rio/video/2013/11/12/14751511/filhos-de-usuarios-de-crack-sao-levados-para-novo-abrigo.html

Por Renato da Matta

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Convite para o “III Seminário Nacional para Promoção de Direitos Humanos no Contexto do HIV e AIDS” e no “Diálogo Nacional sobre o HIV e o Direito” - Pela Vidda Niterói

13/11/2013

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Gostaria de socializar e convidar todos os interessados nos temas HIV e Direito para participar do “III Seminário Nacional para Promoção de Direitos Humanos no Contexto do HIV e AIDS” e “Diálogo sobre HIV e o Direito”, que acontecerá nos dias 26 e 27 de novembro de 2013 no Teatro Popular Oscar Niemeyer em Niterói/RJ. O evento será realizado pelo Grupo Pela Vidda Niterói em parceria com o PNUD - Programa das Nações Unidas Para o Desenvolvimento, Instituto de Saúde da Comunidade da UFF e o Instituto de Estudos em Saúde Coletiva (IESC/UFRJ). Será fornecido Certificado para os participantes que comparecerem ao evento e participar de suas atividades. Maiores informações acessando o link do Site do Evento: http://gpvnit.org.br/inscricao2013.html. As inscrições são gratuitas!
Serei um dos debatedores com a advogada Dra. Patricia Diez Rios na mesa sobre “Previdência Social – Êxito do Advocacy – Judicialização da Previdência”, no dia 26.
Aguardamos todos!!!


Por Renato da Matta

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Convite para a Jornada Científica, Técnica e de Extensão voltada à Luta contra o HIV/AIDS - “Aids@2013”

11/11/2013

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Gostaria de socializar com todos vocês que nos dias 05 e 06 de dezembro será realizada a “Aids@2013 Ciência e Comunidade na Luta contra o HIV”, jornada científica, técnica e de extensão voltada à luta contra o HIV/AIDS, com atividades na Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP e no SAE de Infectologia Domingos Alves Meira da FAMESP.

Vai ser um evento de altíssima qualidade, com profissionais capacitados, informações atualizadas do panorama da AIDS no Brasil e no mundo, novas perspectivas de tratamentos, Epidemiologia, Envelhecimento Precoce, Direitos das Pessoas Vivendo com HIV/AIDS. 

Eu estou muito honrado por ter sido convidado pelo Dr. Alexandre Naime Barbosa em participar desse evento como palestrante para falar sobre o tema "Previdência Social" das PVHAS.

Maiores informações de como participar vocês podem obter acessando o link da página oficial do evento http://aids2013unesp.weebly.com/about.html onde toda a programação está disponibilizada.

Quem puder ir ao evento vá, pois será uma oportunidade para nós nos atualizarmos, trocarmos informações e experiências. Espero vocês lá.

Por Renato da Matta

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Movimento Social X Governo - Minhas impressões sobre o novo Coordenador do Departamento de DSTs/AIDS e Hepatites Virais.

3/11/2013

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 Imagem *Foto tirada no 7° EEONG/RJ Agosto 2013 (Arquivo pessoal)
Vou expor mais uma vez a minha opinião e quero também deixar bem claro, que tudo que escrevo aqui neste Blog não é em nome de nenhuma instituição ou instancia ao qual eu represento ou venha representar, mas em meu próprio nome como ativista que sou. Não me manifestei anteriormente, pois ainda estava formando minha opinião pessoal sobre a gestão do Dr. Fábio Mesquita. Não queria ser precipitado tecendo elogios como muitos fizeram e agora ficam criticando. Queria ter um primeiro contato e observar como ele iria receber o Movimento Social, nossas preocupações e angustias com o atual Programa de DSTs/AIDS.

Quando estive em audiência com o Sr.Ministro da Previdência Social, deixei bem claro que eu não estava ali nem para criticar e nem para apontar o dedo e sim unir forças e construir um Brasil melhor para os PVHAS. A parceria vem dando certo! É claro estamos longe do ideal, mas muita coisa mudou e vai melhorar através do diálogo franco e respeito entre ambas as partes.

Sou uma pessoa que procuro sempre ser apesar de inúmeros defeitos que eu tenho e reconheço o mais justo e imparcial possível! Independente de se estar do lado de lá ou de cá, temos que cobrar do governo o que não está bom, mas também elogiar o que é feito de bom. Tenho ouvido várias críticas ao Diretor do Dpto de DSTs/AIDS e Hepatites Virais Dr. Fábio Mesquita. O que eu tenho percebido é um diretor presente e acessível e que tem feito algo de inédito a meu ver em sua gestão. Atende e responde a todos por e-mails e redes sociais o que tornou além de uma coisa muito dinâmica e inovadora na sua gestão, o mesmo não tem nenhum “assessor” para falar por ele.  Na gestão anterior para se ter acesso ao Dr.Dirceu Greco era um verdadeiro parto! Ele nunca estava disponível e quem recebia o Movimento Social era o Diretor Adjunto do Departamento Eduardo Luiz Barbosa.

Tem coisas que realmente discordo do Departamento de DST/AIDS e Hepatites Virais, mas com certeza sempre pelo caminho do diálogo e bom senso acredito que tudo poderá ser equilibrado e criar-se soluções eficazes. Não adianta só criticar. Criticar é muito fácil! Temos que apontar as falhas, mas levando propostas coerentes para se chegar a um denominador comum.  Acredito que muitos que tem a mentalidade restrita e sem visão do coletivo ao lerem este post aqui 
não vão entender o que eu disse e até deturpar a as minhas palavras mas, cada cabeça é uma sentença e eu não tenho que me justificar em nada!

Deixo aqui meus parabéns ao Dr.Fábio Mesquita por esta iniciativa em tentar manter um diálogo com o Movimento Social coisa que é muito complicada, pois 
são muitas cabeças pensantes e com opiniões divergentes.

Lembrando que a minha decepção, minha “bronca” é com a forma que o Sr. Ministro Alexandre Padilha conduz a sua gestão, principalmente com os PVHAS.  Felizmente já está saindo do Ministério da Saúde e que nunca mais volte a ocupar um Ministério em sua vida!

Espero em breve poder dar uma notícia muito boa para todas as PVHAS que certamente mudará a vida de muitas pessoas.

Por Renato da Matta


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Pesquisador e inspetor em Saúde Pública da França, Stéphane Dufaure visita o Grupo Pela Vidda Niterói.

2/11/2013

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O Grupo Pela Vidda Niterói agradece a visita do inspetor e pesquisador em Saúde Pública da França, Stéphane Dufaure e sente-se muito prestigiado com os elogios à instituição. 
É uma honra para todos nós colaboradores da instituição Pela Vidda Niterói essa troca de informações e ideias. 
O reconhecimento dos nossos esforços, em nossos projetos com parceiros sérios é uma vitória! Muitas outras portas se abrirão ampliando nossas expectativas e nos estimulando cada vez mais a prosseguir em nossas lutas. Isso se dá ao trabalho feito com muita responsabilidade para honrar esses 22 anos de batalha na causa HIV/AIDS. Eu, Renato da Matta, particularmente sinto-me muito bem acolhido e integrado à ideologia do Grupo Pela Vidda Niterói. Grupo que acreditou em minhas ideias e apoia todas as minhas demandas. Onde as questões são discutidas e realizadas em prol ao coletivo das PVHAS.
Segue abaixo o texto publicado pelo Grupo Pela Vidda Niterói compartilhado no facebook no momento da visita e algumas fotos do registro da visita.

Por Renato da Matta


https://www.facebook.com/perfil.grupopelavidda.niteroi/posts/486889954743594
O Grupo Pela Vidda Niterói está recebendo na manhã desta sexta-feira, 01/11, a visita do inspetor e pesquisador em Saúde Pública da França, Stéphane Dufaure, da École des Hautes Études de Santé Publique (Escola de Altos Estudos em Saúde Pública), da cidade francesa de Rennes. Dufaure é advogado em Saúde, e a École des Hautes Études de Santé Publique, é uma espécie de Fiocruz da França. 
Ele está neste momento vistando a instituição acompanhado da Dra. Maria Regina Cotrin Guimarães, médica do IPEC (Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas - Fiocruz). A visita de Dufaure foi indicada pela ex-diretora do IPEC, Valdilea Veloso, hoje atuando na Coordenação do Laboratório de Pesquisa Clínica em HIV e Aids do IPEC (Fiocruz). 
Estão recepcionando o francês na sede da instituição os diretores do GPV Nit Inacio Queiroz (Presidente), Jose Antonio Trindade (Vice-Presidente) e Jaci Carioca Sampaio (Diretora Administrativa-Financeira), além da coordenadora do Departamento Jurídico do Pela Vidda Niterói, Patricia Diez Rios, Renato da Matta, coordenador de articulação política do GPV Nit, e ainda Therezinha Carioca Passerone, coordenadora pedagógica do projeto Convivência Positiva. O pesquisador está encantado com o trabalho do Pela Vidda Niterói e admitiu que as informações colhidas das ações e estrutura da instituição serão muitos úteis como experiência para levar para o seu trabalho na França.

*Beto Carmona - Assessor de Comunicação do Grupo Pela Vidda Niterói

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Reunião com membros da instituição internacional Médicos sem Fronteiras com ativistas do Movimento Social do Rio de Janeiro.

1/11/2013

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Fui convidado para participar no dia 28 de outubro de uma reunião na sede dos Médicos sem Fronteiras do Brasil. Participaram da reunião o Dr.Luiz Loures (Diretor Executivo Adjunto da Unaids), Dra. Renata Reis (Relações Institucionais dos Médicos Sem Fronteiras), Dr.Mauro Nunes (Presidente dos Médicos Sem Fronteiras do Brasil), Georgiana Braga Orillard (Coordenadora do Unaids no Brasil), Dr.Felipe Carvalho ( Médicos sem Fronteiras), Prof.Marcio Tadeu (UERJ e UVA), Dra.Cristina Pimenta(UVA),Viviane ( Abia), Mara Moreira(Grupo Pela Vidda Rio), Roberto Pereira(CEDUS) e Renato da Matta (Grupo Pela Vidda Niterói).

Foram debatidos os temas sobre “Testar e Tratar” a AIDS no Brasil e as temáticas da estratégia global de tratamento, em preparação para a reunião do Conselho Diretor do UNAIDS que discutirá o tema em dezembro de 2013. 
Bom, vou relatar aqui o que eu debati nesta reunião, pois foram ditas muitas coisas e vou citar aqui as que julgo mais pertinentes para socializar com vocês. 

Eu agradeci pelo convite de ser chamado para participar e já comecei dizendo que todos os dias nós, cidadãos soropositivos temos nossos direitos violados. Seja no trabalho, no dia a dia com a discriminação e o preconceito ou no péssimo atendimento nas questões que envolvam a saúde. Afirmei que a AIDS empobrece! Quem tem AIDS na maioria das vezes perde seu emprego seja pela discriminação ou porque perde a capacidade laborativa e não render mais o que rendia antes do HIV. Afirmei que nós do Movimento Social estamos falando de “nós para nós mesmos” porque o governo não nos houve.  A minha esperança é que através desta reunião todas as demandas expostas ali sejam discutidas pela UNAIDS em dezembro.

O Dr.Luiz Loures falou sobre a testagem dos HSH e campanhas informativas, pois se admirou com os índices de contaminação entre esta população estar muito alta.  Eu disse que um País em que a bancada evangélica influencia diretamente nos atos e decisões do Ministério da Saúde e veta campanhas e materiais informativos a esta população, fica inviável de se fazer uma campanha que possa realmente atingir e conscientizar para tentar mudar estes índices. Citei as conversas entre o Pastor Feliciano e o Ministro Padilha via Twitter (quando foi vetada a última campanha) e também a fala em que o Pastor Feliciano disse que “40 milhões de votos tinha peso”.  A fala do Deputado Jair Bolsonaro que afirmou que “remédios tinham que ser dados para crianças e idosos e não para quem procurou ter AIDS”.

Outro ponto discutido foi o polêmico “Testar e Tratar”. Em que se inicia logo o com a terapia anti HIV independente da contagem de células do CD4 do paciente contaminado.  Eu disse que não era simplesmente só dar o medicamento. Dr.Luiz Loures então retrucou perguntando se eu não acha uma boa ideia o precoce início do tratamento. Respondi que era uma alternativa muito positiva, mas não é apenas dar o remédio sem levar em consideração os efeitos adversos.

- Que tem HIV e faz uso da TARV tem muito mais chances de desenvolver problemas cardíacos, isquemias, problemas renais, envelhecimento precoce e muitas outras patologias coadjuvantes ao HIV. Ando muito assustado que a cada evento que vou vejo mais e mais pessoas deficientes pela AIDS. Temos que ter um acompanhamento multidisciplinar com profissionais capacitados nas questões do HIV/AIDS. Exames de alta complexidade para melhor diagnósticos das mesmas disponíveis para esses pacientes.

Dr.Luiz Loures respondeu afirmando que não tinha se dado conta de todas essas necessidades e especificidades e ficou bastante preocupado com o levantamento desta questão. O Dr.Luiz Loures também fez comentários sobre a África e alguns países da Ásia, por sinal comentários muito interessantes. Afirmei que aqui no Brasil temos várias Áfricas. O nosso sertão do Nordeste, a esquecida região Norte e até mesmo nas periferias das grandes cidades. Que estas populações estão jogadas a sua própria sorte. Faltam-lhes os recursos mais básicos para sua sobrevivência com dignidade. Se tivéssemos um Sistema de Saúde descente as mais de doze mil mortes ao ano por HIV/AIDS poderiam cair pela metade e até o número de mortes por outras doenças também. Eu chamo isto de genocídio! Eu não admito que um País que está entre as dez maiores potências econômicas do mundo e que se dá ao luxo de sediar uma Copa do Mundo, gastar mais de um bilhão de reais em um estádio de futebol e ainda sediar uma Olimpíada venha com o discurso que não tem verbas para a saúde! E ainda por cima o Ministro da Saúde ter a ousadia e cara de pau de mandar que as pessoas com diabetes reutilizem seringas descartáveis.

Outro assunto também citado foi os dezoito milhões destinados ao combate das DSTS/AIDS parados nos cofres do Governo do Estado do Rio de Janeiro e em outros estados e municípios do Brasil. Sobre o aumento de casos de DSTs no Brasil eu disse que se pegarmos a linha do tempo de quando o governo começou a fazer o belo trabalho de se acabar com as ONGs os índices começaram a subir. As ONGs conseguem chegar às periferias a onde o braço engessado do estado não consegue chegar, muitas vezes porque não querem ir até lá encarar a realidade dos fatos e tomar providências. Em muitos estados hoje a sífilis esta fora de controle, inclusive com muitos casos de sífilis congênita. Sem contar os usuários de crack que as ONGs tem uma maior facilidade e sensibilidade em abordar esse público.

O balanço geral da reunião foi excelente! Uma reunião de altíssimo nível e o grande empenho de todos ali presentes em tentar resolver várias questões tão complexas. Espero que colhamos bons frutos desta reunião brevemente, que as demandas levadas a UNAIDS tenham sucesso e que esta seja apenas uma de muitas reuniões com a UNAIDS.


Segue abaixo algumas fotos da reunião
 no escritório da sede do Médico Sem Fronteiras. 
Visite o site da instituição Médicos Sem Fronteiras: http://www.msf.org.br/

Por Renato da Matta


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