
A ANSDH esta presente em vários estados e municípios do Brasil e atua firmemente nos direitos humanos,e é composta de vários movimentos tais quais redução de danos,hepatites,indígena,aids etc...
O representante da ANSDH na CAMS para este mandato será o Sr.Alexandre Cunha do GAPA de Santa Catarina e a sua suplente a Sra.Gisele Dantas.
Agradeço aqui a confiança dos companheiros pela inserção da ANSDH na CAMS que acompanham e acreditam em nosso trabalho.
Segue abaixo o texto sobre a reunião da CAMS
Por - Renato da Matta
Presidente da ANSDH
O Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde realizou nesta sexta-feira (12), em Brasília, a 43ª Reunião da Comissão Nacional de Articulação com Movimentos Sociais em HIV/Aids e Hepatites Virais (Cams), a primeira de 2016. A Cams é a instância oficial do Departamento para prestação de contas e escuta de reivindicações dos diversos movimentos sociais. Conta com representações de pessoas vivendo com HIV/aids, hepatites, e de movimentos e associações ligadas às populações-chave para a epidemia no Brasil: gays, homens que fazem sexo com homens, pessoas trans, profissionais do sexo e jovens. Movimentos de redução de danos, de lésbicas, negros e direitos humanos também têm assento na comissão.
O diretor do Departamento, Fábio Mesquita, abriu o encontro, apresentando os resultados do ano de 2015. Na aids, houve recorde histórico de 81 mil novas pessoas em tratamento, cuja oferta dobrou nos últimos seis anos. Na hepatite C, os novos tratamentos antivirais começaram a distribuídos em outubro de 2015. Até o momento, 7.462 novos tratamentos foram dispensados.
A parte da manhã da reunião terminou com a apresentação dos resultados do projeto de monitoramento clínico das pessoas vivendo com HIV/aids, que consiste da racionalização do acompanhamento dos pacientes que se tratam na rede pública.
Drogas
Á tarde, Leon Garcia Lobo, secretário nacional de Políticas sobre Drogas mostrou dados sobre o tema desde os anos 70. Explicou que o Brasil herdou dos Estados Unidos as políticas de repressão no combate às drogas. “A gente fala muito sobre as drogas e pouco sobre as pessoas que usa”, disse Leon. “O que faz algumas pessoas terem problemas com elas? É essa a preocupação que devemos ter.”
Leon criticou o fato de, no Brasil, usuários de drogas ainda serem confundidos com traficantes e disse que isso está ligado ao preconceito de classe social. “Acontece, não por acaso, com muito mais frequência em bairros pobres, da periferia. O usuário [que vai preso como traficante], geralmente é negro e jovem. Na zona sul do Rio ou na oeste de São Paulo, quando veem um caso logo pensam: ‘só pode ser usuário´.”
Também manifestou preocupação com o fato de, no Brasil, estar aumentando muito o número de prisões de minitraficantes. “O cara é pego com 30 pedras de crack. Destas, dez são para uso próprio e 20 para vender. Daí ele vai pra cadeia e lá convive com o crime organizado. Estamos empurrando-o para a marginalidade.”
O secretário chamou atenção para o preconceito e para o risco de demonizar o usuário de drogas. “Isso só o afasta dos serviços de saúde, onde podem encontrar tratamentos. Só vamos avançar, como aconteceu com a aids, se mudarmos paradigmas.”
Nos últimos três anos, informou Leon, o investimento na política de drogas cresceu em R$ 4 bilhões, o que propiciou levar mais consultórios para as ruas e passar de 1.700 para 2.300 CAPS (Centro de Atenção Psicossocial). “Também estamos investindo numa articulação entre os ministérios para criarmos políticas públicas eficientes, com solidariedade e foco na reinserção social dos usuários problemáticos. Peço a vocês [da luta contra aids] que tragam suas experiências bem-sucedidas para nos ajudar. Sem união de todos na gestão dessas políticas, o foco vai continuar sendo na droga, na repressão e na prevenção com preconceito. Temos de mudar isso.”
Hepatites e editais
Á tarde, Fábio Mesquita voltou a falar da eficácia e tempo do novo tratamento para hepatite C: “De outubro [2015] a setembro [2016] teremos 30 mil pessoas tratadas. Antes o tratamento era apenas injetável e durava 48 semanas. Agora são 12 semanas, por via oral, com 90% de chances de cura. Isso é uma medida revolucionária.”
Segundo Elisa Cattapan, coordenadora geral de Hepatites Virais do Ministério da Saúde, com os novos medicamentos, em seis meses, é possível tratar a mesma quantidade de pacientes que antes precisava de um ano de tratamento.
Em relação aos editais, Fábio lembrou que em 2015 o Departamento apoiou 18 projetos de direitos humanos e 50 do Viva Melhor Sabendo, além dos apoios ofertados às ONGs.
Os ativistas manifestaram muitas insatisfações em relação aos convênios e contratos de repasse feito diretamente pelo Sincov (Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse). Ao final da reunião, todos os membros da Cams que estavam presentes votaram a favor que o próximo edital saia pela Unesco. “Em março lançaremos o edital. Só estávamos esperando essa reunião para fechar isso”, afirmou Fábio.
Redação da Agência de Notícias da Aids, com Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais